Panorama do Dia: Bolsa pressiona para baixo
O principal índice da B3, o Ibovespa hoje , teve mais um dia de instabilidade e fechou o pregão de 16 de julho de 2025 com leve recuo, próximo dos 134.500 pontos.
Portanto o cenário foi influenciado por tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, com destaque para a imposição de tarifas de 50% por parte do governo americano, além do avanço do dólar e da alta nos juros futuros.
Dólar e Juros: pressões no mercado financeiro
O dólar comercial oscilou entre R\$ 5,54 e R\$ 5,595, sendo negociado a aproximadamente R\$ 5,56 na venda ao final do dia.
O movimento reflete o aumento da aversão ao risco no mercado internacional.
Já os juros futuros encerraram a sessão em alta, com investidores ajustando expectativas diante da deterioração do ambiente global.
Principalmente a combinação de inflação persistente nos EUA e o conflito tarifário com o Brasil reforça o tom cauteloso.
Ações em queda: Embraer, Usiminas e Qualicorp lideram perdas
As ações da Embraer (EMBR3) registraram a maior baixa do dia, com queda de 4,3%, negociadas a R\$ 70,84.
O movimento reflete preocupações com os impactos da nova política comercial dos EUA sobre exportações brasileiras.
Outros destaques negativos foram:
- Usiminas (USIM5): -4,05%
- Qualicorp (QUAL3): -2,8%
- Cosan (CSAN3): -2,66%
- CSN (CSNA3): -2,60%
Ações em alta: varejo e farmacêuticas se destacam
Na contramão do mercado, algumas ações do varejo e do setor de saúde apresentaram forte valorização:
- Pão de Açúcar (PCAR3): +7,2%, a R\$ 3,42
- Casas Bahia (BHIA3): +5%
- Petz (PETZ3): +3,4%
- WEG (WEGE3): +3,3%
- Hypera (HYPE3): +2,9%
Portanto o movimento pode indicar uma realocação defensiva de portfólio, diante do aumento da incerteza externa.
Influência internacional e guerra comercial
O mercado reagiu fortemente ao anúncio dos Estados Unidos, que decidiram aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, afetando setores estratégicos da economia nacional.
Contudo em resposta, o governo brasileiro enviou um comunicado oficial solicitando diálogo diplomático para evitar uma escalada comercial.
Nos EUA, os principais índices operaram com volatilidade, acompanhando os resultados dos bancos e indicadores de inflação, que reforçam a indefinição sobre cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Brasília em foco: mudanças no Imposto de Renda
No campo interno, o destaque político foi o avanço da proposta de isenção do Imposto de Renda para salários de até R\$ 5 mil.
O projeto segue em tramitação na Câmara dos Deputados e ainda depende da definição de contrapartidas fiscais para compensar a perda de arrecadação.
Sete quedas seguidas: pior sequência desde 2023
O Ibovespa acumula agora sete sessões consecutivas de queda, o que representa a maior sequência negativa desde agosto de 2023.
Ou seja desde a máxima histórica registrada no início de julho, acima dos 141 mil pontos, o índice já recuou mais de 4,3%.
Análise Técnica e Comportamento do Investidor
O movimento do Ibovespa hoje também reflete o comportamento defensivo de investidores diante do aumento da incerteza.
Portanto o volume financeiro negociado na sessão foi levemente abaixo da média dos últimos dias, indicando menor apetite por risco.
Do ponto de vista técnico, o índice perdeu importantes níveis de suporte, o que pode abrir espaço para novas quedas caso não haja reversão do sentimento negativo.
O suporte imediato agora está na faixa dos 133.800 pontos, enquanto a resistência mais próxima encontra-se nos 136.200 pontos.
Segundo analistas, os setores de commodities, bancos e construção civil devem continuar sendo impactados por fatores externos e pela volatilidade da curva de juros, especialmente enquanto não houver maior clareza sobre o rumo da política econômica norte-americana e a resposta do Brasil às novas tarifas.
Conclusão: cautela é a palavra do dia
O investidor brasileiro começa a semana com um cenário bastante adverso: instabilidade externa, risco fiscal interno e volatilidade cambial.
Ou seja a guerra comercial com os EUA, combinada com um ambiente global mais restritivo, tende a manter o Ibovespa sob pressão no curto prazo